História
Na década de 70, Lages despertou para a necessidade de organizar uma festa que destacasse o município como um pólo socioeconômico regional. Pensou-se, então, na Festa do Pinhão, a partir da idéia de preservar a cultura deste fruto primitivo, que se constitui na semente da araucária, árvore ameaçada de extinção, embora profundamente ligada à cultura e à economia regional.
Assim, com um apelo de marketing festivo-ecológico e socioeconômico, organizou-se o evento pela primeira vez em julho de 1973. A ideia germinou no Departamento Técnico de Turismo e Divulgação da Prefeitura de Lages. O Assessor de Turismo da AMURES na época, Aracy Paim, assumiu a responsabilidade de organizar a Festa, uma vez que tinha excelente relacionamento com tradicionalistas (pessoal dos CTGs, artistas, músicos, cantores e compositores).
Em outubro daquele mesmo ano organizou-se um bailão no Ginásio Ivo Silveira, em frente do qual entidades beneficentes instalaram boxes de gastronomia que ofereciam ao público o pinhão cozido e bebidas típicas da serra, especialmente ponche e quentão. Este evento foi considerado um prolongamento da 1ª Festa do Pinhão, realizada três meses antes. No entanto, como evento oficial da Prefeitura de Lages a Festa do Pinhão não foi realizada nos anos seguintes. Mesmo assim, em 1974 Aracy Paim organizou um novo bailão, agora no Clube Porteira Serrana, na avenida 1º de Maio. Ali também foi vendido o pinhão cozido e bebidas quentes – produtos típicos das festas juninas.
Já em 1976/1977, embora não se tenha informações da realização da Festa, ela foi inserida no calendário oficial de eventos da Prefeitura.De 1977 a 1982 ela foi inserida na Mostra do Campo, evento festivo promovido pela Prefeitura de Lages e que tinha por objetivo integrar as comunidades do interior e da cidade. Esta inserção, porém, se deu apenas pelo fato de que na Mostra do Campo havia sempre o pinhão cozido e as bebidas típicas de inverno.
Segundo o servidor público aposentado, Matias Liz dos Santos, que na década de 70-80 atuava no antigo Centro de Informações Turísticas (CIT), localizada no Calçadão central da cidade, onde hoje funciona um posto da PM, teria sido organizado um evento festivo, no Parque Conta Dinheiro, no início da década de 80. O evento reuniu gaiteiros, trovadores e grupos de danças tradicionalistas e promoveu a venda de produtos típicos da região, incluindo o pinhão. A iniciativa, de grande sucesso de público, levou a Prefeitura de Lages a reeditar a Festa do Pinhão em 1987 e 1988, no Parque Conta Dinheiro. Embora isso tenha ocorrido, e seja de conhecimento público, não há registros oficiais da realização dessas duas edições da Festa.
Já em 1989, a Prefeitura de Lages relançou, oficialmente o evento, desta vez com a denominação de 1ª Festa Nacional do Pinhão. Daí em diante o evento evoluiu, diversificou-se em vários aspectos e passou a ter caráter de festa gastronômica, cultural e artística, com abrangência nacional. Na área musical, principalmente, abre espaço para os artistas locais e regionais, assim como para aqueles que estão no topo da mídia nacional. Além disso, envolve um dos maiores eventos nativistas do país – a Sapecada da Canção Nativa, que reúne os grandes compositores e intérpretes da música nativista.
(Pesquisa: João Carlos Matias, Iran Rosa de Moraes – Assessoria de Comunicação Social – 3221-1061)